Pensamentos fictícios

Estávamos sentados todos á mesa, rindo de algo que não sabíamos explicar, balbuciando coisas que não fazia sentido. Entre copos de vinho barato e alucinações, cultivávamos a única coisa que nos restava, além dos arrependimentos e planos mal feitos. Sem que percebêssemos algo subia as escadas, parecia estar vindo em nossa direção. Com sutileza bate na porta, logo o silêncio ensurdece dando a impressão de que aguardava com paciência. Ao ouvir o som da batida, me levantei ainda com um sorriso no rosto e entre gargalhadas histéricas e o som da bebida caindo no copo, fui olhar quem havia chegado. Tudo aparentava estar normal, até o momento em que abri a porta. O silêncio foi arrasador, todos olharam com espanto e com uma ponta de curiosidade. Eu estava perplexo, meu coração acelerava com tamanha brutalidade, que estava prestes a explodir do meu peito. Não havia ninguém ali, nada além dos insetos que passavam. A luz que piscava quase não iluminava o corredor, dando um ar mais sombrio a ele. Estávamos estupefatos, nos perguntando se a nossa sanidade estava afetada, ou se já estávamos bêbados demais para sermos sensatos. Ficamos parados ali por um tempo, nos convencendo se aquilo de fato acontecera. Percebendo os semblantes horrorizados, tentei descontrair e fingir que nada havia ocorrido, e ainda tremulo exclamei: - Vou pegar mais bebida!