outubro 28, 2009

Não finja se importar

Ela ficou cansada de fingir que estava tudo bem, fingir que aquilo não a incomodara. Naquela noite derramou lagrimas de angustia pura, tinha um gosto amargo que doía na alma. Arrastou todas as lembranças para o seu mais obscuro mundo de decepções. Sabia que teria que se submeter ao jogo, pois a matemática dizia que três contra uma de nada valeria a guerra.

Talvez esse não fora o seu principal objetivo, e que talvez tenha o formulado para obter algum tipo de força pra lutar, de apoio. Ela estava sendo manipulada. Aceitando por pressão, se decepcionando pelos outros. Logo sua vida iria mudar.

PRESSÃO, PRESSÃO, PRESSÃO.
JULGAR, JULGAR, JULGAR.

Ninguém jamais se comprometeu a ouvi-la até o fim, com o intuito de apenas ouvir. Achou que iria conseguir lutar sozinha, até se deparar com uma multidão inteira. E no final nada vai estar certo, tudo se perderá. O egocentrismo tomou total poder, e eu fiquei de fora, apenas observando.

outubro 24, 2009

Clichê

E todas aquelas pessoas, todos porcos capitalistas. Planejando um novo mundo de individualismo, seguindo uma nova forma de tensão. Fantoches da moda, do padrão. Essa alienação hipocrita conclui uma geração degenerada e bastarda. Esta é a nova era de carbono. Bem vindo!

outubro 23, 2009

Os nós entre nós.

Jane saia de casa no exato momento em que Mike chegara. Moravam no mesmo prédio, mas nunca haviam se visto. Por um breve momento seus olhos se encontraram. Mike achou que a reconhecia, tinha certeza que já a havia visto em algum lugar. Mesmo assim ficara estupidamente parado em frente ao seu apartamento, fitando-a trancar a porta. Mike percebera o quanto Jane era bonita. Seus olhos não conseguiam desviar-se daquele lindo rosto preocupado. Jane sempre muito apressada, mal o cumprimentou e saiu. Estava vestida para malhar, no relógio marcavam 14h00min, deveria estar na academia às 13h30min.

Horas antes Mike discutia com sua mãe, ela odiava o modo como ele vivia. Queria que ele se preocupasse mais com a realidade das coisas. Queria que ele tivesse um emprego de verdade e que não iria mais emprestar dinheiro a ele. Mike morava sozinho em um apartamento no centro da cidade. Vivia de musica. Tocava em pequenos bares noturnos. Precisava de um trocado para poder completar o dinheiro do aluguel, a noite passada não o trouxera muito lucro. Mike saiu batendo a porta. Voltava pra casa sentindo-se traído, afinal sua mãe deveria apoiá-lo.

Jane era colunista de um importante jornal semanal. Estava sempre ocupada, com o pensamento longe. Naquele dia sua agenda estava lotada, estava com todos os horários cheios. No momento em que saia de seu escritório, percebera que estava atrasada para a academia. Arrumou as coisas correndo, deixando cair vários pertences. Saiu às pressas, não queria chegar atrasada no seu primeiro dia.

... 

O correio tinha chegado cedo naquela manha de sábado. Mike acordou com o barulho da campainha. Assustado e ainda meio sonolento, colocou as pantufas e foi atender a porta sem pressa. A campainha insistia, tocando repetitivamente. Ao olhar no olho mágico, viu que era Jane. Seu coração disparara, um repentino frio na barriga o incomodava. Arrumou o cabelo rápido, verificou o hálito e logo abriu a porta. Com uma voz mansa disse:
- Olá.

Jane estava como Mike jamais imaginara. Vestia um pequeno short jeans com uma blusinha branca, dando dá pra ver a cor de seu sutiã. Ele não conseguia conter o nervosismo. Jane logo o indagou:
- Então, você que é Mike Coligam?

Mike ainda sem entender, só balançou a cabeça como sinal de afirmação. Jane deu um pequeno sorriso. E arrumando o cabelo disse:
- É que o carteiro entregou suas cartas no meu apartamento sem querer. Acho que não prestou atenção no numero. Não sei ao certo.

Com um sorriso envergonhado lhe entregou os envelopes. Mike estava encantado com a doçura de sua voz. E aquele sorriso que o cegara. Pegou os envelopes sem desviar o olhar de seu rosto. Despediram-se sem muita cerimônia. Mike fechou a porta, mas não conseguia parar de pensar em como Jane despertara uma enorme sensação boa nele, e em como ele gostava disso.

Poucos minutos depois resolveu averiguar as suas cartas. Jogou a maioria fora. Algumas propagandas, algumas contas e quando finalmente chegou na ultima, percebera que era um envelope temático. O abriu por curiosidade. Na carta uma inscrição com letras em negrito dizendo: “Você está convidado a participar da festa de ex-alunos da escola Vinicius de Moraes. Contamos com a sua presença”.

A idéia no começo não fora agradável. Afinal ele nunca apreciara esses tipos de festas. Lembrou-se do passado, os amigos, as bebedeiras, os vexames. Ele queria saber o que havia acontecido com eles, todos eles. Pegou o telefone e confirmou presença.

... 

A noite estava quente. Mike chegara ao antigo colégio no horário exato. Percebera que nada havia mudado. As pilastras ainda estavam cheias de chicletes. O ar ainda era denso, contendo o mesmo cheiro de madeira fresca. Na entrada reconheceu um velho amigo. E entre lembranças e risos, avistou de relance a entrar uma linda mulher de vermelho. Os cabelos presos, enegrecidos. Jane acabara de chegar com o mesmo charme da primeira vez que ele a havia visto.

As coincidências indagavam seus pensamentos. O que Jane fazia ali? E nesse meio tempo de busca por respostas, foi que Mike vindo de um devaneio descobrira de onde a conhecia.
Jane fora sua companheira de classe, ou melhor, muito mais que isso. Jane fora a menina na qual ele dedicara toda a sua admiração no colégio.
“Deus, como pude não reconhecê-la” Pensava Mike.

Jane que cumprimentara algumas antigas amigas fora surpreendida por Mike, que a agarrara pelo braço bradando: “Jane, posso falar com você um instante? Por favor”.
A surpresa estava nítida no semblante de Jane que não conseguira esboçar palavra alguma. Balançou a cabeça como sinal de afirmação e acompanhou-o sem saber pra onde iriam.

O silencio mostrou fixo enquanto caminhavam juntos. Jane queria explicações e indagou:
- Mike, o que está fazendo? Para onde estamos indo?

Finalmente pararam. Estavam na quadra do colégio. Mike quis explicar tudo a Jane, quis confessar tudo a ela. Aquele era o momento certo. E foi soltando as palavras sem muito pensar:
- Jane, me desculpe, por tudo. Aposto que você deve estar se perguntando o porquê de tudo isso. Eu sou o Mike do colegial, lembra-se agora? Lembra-se também das tardes que passávamos juntos? E da cumplicidade? E depois de todo esse tempo, eu reconheço que aquele sentimento que há muito se mostrava onipresente, despertara no momento exato que eu te vi na minha porta. Tão linda!

Mike respirara fundo, não queria que Jane pensasse que ele mais um maluco que a desejara.
Jane que absolvia todas as palavras em silencio e com os olhos em lágrimas, abraçou-o como num impulso. E sussurrou com a voz embargada: “Eu sempre esperei por você”.

outubro 20, 2009

Sobre as coisa presas em minha mente

Construa o seu próprio objetivo, siga as suas metas.
Observe, pesquise, tenha uma opinião.
Seja sensata, menos burocrática, revolucione.
Crie, descubra, recicle.
Faça a diferença, fuja dos padrões.
A sociedade não é tudo, o capitalismo está fora de cogitação.
O comunismo ainda é um mistério.
O socialismo é uma farsa, a democracia nunca existiu.
Faça a sua história. Diga não.
Siga na direção contrária, tenha desejos utópicos.
Nada está totalmente perdido.

“Deixe o mundo mudar você e você poderá mudar o mundo".  
                                                                      Che Guevara

outubro 10, 2009

E todas as mentiras que nos jogaram.

Quando a sua vontade é de gritar, de cuspir
verdades na cara deles, de todos eles.
Quando a sensatez é trocada pela burocracia.
E toda a sua revolta não significa nada.
Eles não foram pra ouvir você reclamar, afinal
o deles está garantido mesmo, não é isso que eles
sempre dizem?

E tudo aquilo me cegara de tal forma, que não
ousei demonstrar nenhum tipo de reação contrária.
Aquilo definitivamente não era o que eu planejara,
jamais tinha sido. Observava a reação de todos incredula.

Mães em busca de resposta do porque seu filho está com
nota vermelha, ao invés de questiona-lo se realmente
aprendeu algo nesse bimestre.
São cenas ilustres que nunca cessarão
O conselho nunca fora participativo.

Isso tudo é uma piada imposta pelo governo hipocrita.

outubro 06, 2009

A estrada até aqui.

Viajava num mundo louco, obcecado, cético e hipócrita.
Um novo andarilho acabara de chegar, ele cheirava a indignação.
Viu que estava na hora de evoluir.
Começou a dar valor às coisas que realmente importavam.
Abstraiu a sua futilidade, seus sonhos ilusórios.
Levou consigo toda a sua revolta e altas doses de loucura.
Ele maquinava planos enquanto dava passos rápidos e firmes.
Relembrava os que não deram certo.
Sua mente criava situações nostálgicas.
A sede de vingança o forçava a continuar.
Aquele era o momento. O cronômetro corria sem parar.
E a única coisa que ouviu ao se afastar foi o barulho da soberba voando pelos ares.

outubro 03, 2009

Algumas futilidades.

Era noite, nossos olhares perambulavam pela sala perdidos. Ao fundo a tv gritava algo inaudível. As unicas coisas que ouviamos era o som dos nossos corações ansiosos, e o dos nossos pensamentos aflitos. Naquele momento a sala parecia vazia. Ninguém falava, ninguém se movia. O vento soprava levemente lá fora, vazando entre pequenas frestas da janela. Pensavamos sobre o que nos aconteceria em alguns minutos. Pensavamos se o Forfun finalmente ganharia algum prêmio no VMB.