novembro 27, 2009

OPEN - 24HORAS.

É esse convivo diário
As sirenes lá fora anunciam um novo amanhã
Cotidiano de práticas.
As luzes traduzem uma nova era sistemática

Visões de uma cidade caótica
Despertando pessoas frenéticas
Ligando uma linha tênue entre a solidão e a paranóia
Elas fingem não se importar
Motivadas a uma balde cheio de luxurias.

“Materialismo, acumulo e o pensamento individual”.

A verdade é que a cidade abriga todo tipo de fantasia estereotipada
Gritando as impunidades e os falsos delírios
Capaz de enxergar tudo, o seu real valor.
Alguns méritos forjados constam na lista.

Ao longe ouve-se uma risada.
A cidade não para.

novembro 23, 2009

Casa que não tem janela.


Eu tenho uma vista não muito privilegiada, muitos diriam.
Não vejo o mar, não vejo avenidas famosas
E muito menos grifes.
Da minha janela dá pra ver além de toda a burguesia.
Dá pra ver muito além da sociedade.

Eu vejo rostos de verdade.
Eu vejo luta e muita discriminação.
Eu vejo esperança, vejo fé, vejo sofreguidão.
Eu vejo o sonho não realizado de um povo esquecido.
Eu vejo a verdadeira face do mundo, em sua plena nudez.

Eu tenho uma vista muito privilegiada, muitos diriam.
Eu vejo o que ninguém mais quer ver.

Uma senhora acabara de subir o morro
Cantarolando canções de amor.

novembro 19, 2009

Meu pequeno absurdo.

Tinha todos os requisitos.
Era de bom porte
Supria todas as carências.
E continha uma genialidade inegável.

Tinha todas as carências
Era de requisitos
Supria uma genialidade inegável
E continha um bom porte

Não tinha todos os requisitos
Sempre fora de má conduta
Nunca conseguira nada
Era de total futilidade e ignorância

Não tinha má conduta
Sempre conseguira os requisitos
Nunca fora de total futilidade e ignorância
Era como ter tudo

Com um ego insuperável
Uma dose de vontade demasiada
Continha três pássaros na mão
Construía por acaso

Com um por acaso
Uma dose de três pássaros na mão
Continha vontade demasiada
Construía um ego insuperável

E sempre fora assim, fora do comum.
Escondia uma gargalhada presa na garganta
Vendia pequenos laços de afeição
Mantinha-se numa redoma

E sempre com uma gargalhada presa na garganta
Escondia pequenos laços de afeição
Vendia uma redoma
Mantinha-se fora do comum

E eu apenas alinhava cada traço do seu rosto
 no meu quebra-cabeças.

novembro 17, 2009

O que não é possível é falso

Essa lógica está errada, os resultados não batem.
As leis foram modificadas, e a sensação continua a mesma.
Ainda há muitas pessoas aqui,
e todas elas clamam por uma mesma coisa.
Algumas especulam um motim,
outras se adaptam ao comodismo fácil.
Lá fora eles continuam “cagando regras”
Sem previsões.

Vejo sangue e suor do mundo inteiro envolto
de uma enorme fenda sistemática.
E o objetivo geral é sempre a beneficio próprio.
Estamos presos aqui dentro,
achamos que seria seguro aqui.
Esperando por um sinal de estado absolutista,
confirmando todas as nossas duvidas.
Criaram uma nova onda de mentiras,
 e cuspiram todas em nossos rostos.
Não estamos aptos a tal impregnação.

Há um barulho lá fora.
Uma nuvem carregada trás todas as propostas programadas,
desta vez eles esperam mais analfabetizados.
Conseguiram suprir as metas de mortalidade e pobreza.
Eles continuam enriquecendo.

Essa lógica está errada, os resultados não batem.
As eleições chegaram.
Somos ignorantes por ter esperança?