janeiro 28, 2010

Parceira de mil noites

Eu me vejo todo dia no mesmo lugar
Escroto e fétido como sempre
As pessoas continuam as mesmas
Os olhares mais aflitos
A cerveja está quase no fim,
E eu só tenho mais um cigarro

Vejo pessoas mais inúteis do que eu
E me sinto ligeiramente melhor.
A nostalgia paira no ar como moscas.
Uma mulher resmunga algo e ninguém parece lhe dar atenção
O dono do bar ainda limpa alguns copos
A musica embala os poucos desalojados que ali habitam

Respiro fundo e a fumaça do cigarro me faz tossir
-Porcaria de pulmões podres-
A musica que tocava agora pula, acho que o disco está arranhado novamente.
O lugar está aos pedaços
E ninguém parece se importar
Ninguém parece se importar com nada
Todos tolos melodramáticos sem rumo

Lá fora o dia não veio
O céu esta embalado por uma neblina fria
A chuva se anuncia toda premeditada.
As ruas estão vazias, aliás, vejo algumas sombras, olhares de indagação.
Os mesmos ratos sorrateiros de sempre
Caminho sem muita postura
O efeito da bebida parece fazer-me bambear as pernas
Minha cabeça começa a aprontar comigo, fazendo as imagens se misturarem.

O céu parece tão bonito daqui de baixo.
Algumas gotas começam a cair do céu agora
A chuva começa a lavar o meu corpo estirado ao chão.
Disfarçando as gotas que caem dos meus olhos.

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