Pra ser feliz também

Vamos fugir
Pegar alguma grana e ir pra California
Onde o sol parece não se importar
Escapar a noite sem que nos percebam
Ir de carona até o sul
Apenas com nossos jeans e alguns CD's
Deixar pra trás todas aquelas lembranças de dias sem sol

Quero mostrar-lhe um mundo de sonhos possiveis.
Ter de volta tudo o que lhe foi roubado.
E nos embriagar em um cortiço qualquer
Até o dia amanhecer,
Até encontrarmos toda a esperança perdida.
E tudo dará certo
Dessa vez seremos eu, você e a nossa amizade
Erguendo-se novamente
Mostre-me que ainda tens força
Porque és tão bela a sorrir.


Dedicado exclusivamente a Kathlin Aldrin. 
(Dias melhores virão.)

Pena capital

Ela permanecia invisível.
Gostava de observar. Sempre paciente.
Uma espécie de oráculo.
Agindo sob sombras, muito cautelosa.
Dizia ser os ouvidos das paredes úmidas de prédios abandonados.
Alvo de julgamentos.
Uma incógnita nata.
Aparecia junto ao inesperado.
Fazia-se uma conseqüência inevitável
A cidade era sua brigada, o seu trabalho.
Solitária sem alma.
Para alguns inconseqüência, premeditação ou até mesmo alivio.

Agindo sempre ao seu lado.

Ned

Ned era um desajustado
Escrevia poemas para a lua
Vivia sob a cidade
Seu coração apontava sempre para o norte
Dizia que ali sempre fora o seu lugar
Considerava-se filho das constelações
Tinha nos olhos a simplicidade da alma
E algumas cicatrizes do que lhe foi roubado
Ned era um louco, um apaixonado um alcoólatra.

Algumas consequências.

Eles estão a postos
Preparando algum tipo de plano diabólico
Dizendo ser a resolução de todos os nossos erros
A verdade é que ninguém quer se lançar primeiro
Todos falando ao mesmo tempo
Ninguém parece se importar de verdade
Nenhuma meta inicial
O primeiro lance é diminuir o CO2 em até 40% ate 2040
Promessas, promessas, promessas.

Há uma fonte jorrando dinheiro
Eles parecem estar hipnotizados
Lucro, lucro, lucro.
A mesma tecla batendo várias vezes
O barulho é horrível
Nenhuma meta inicial
O segundo lance é diminuir o CO2 em até 20% até 2011
Promessas, promessas, promessas.

Há uma grande confraternização
Todos esperam uma conclusão sensata
Fingir, fingir, fingir.
Agora o silencio domina a sala
Algumas risadas aleatórias

Eles dizem estar prontos
Jogando blefes aos montes
Cartas na manga
Balbuciando coisas sem nenhum significado
A verdade é que eles estão revendo amigos
Algumas máscaras no chão
Sustentável parece ter outro significado.

Bem vindo a COP15!

A controvérsia de um herói

Tão grande e tão insignificante
O nada parece tão absoluto
Envolto de uma enorme capa vermelha
Alguns especulam ser o herói.
Mas a questão ainda é: “Ainda há um herói?”.
E toda a farsa de ser o mentor?

Esbanjando sorrisos e carências
Ele consegue manipular toda a sua mente
A verdade é que veneno pior não há
Veja as semelhanças dentre todos
Prove do seu próprio egocentrismo
E indique uma falha visível.

Sua insígnia está sangrando

Ele se mostra incorruptível
Aquele ar de sofreguidão e mistério
Diga-me se há verdade em seus olhos
E me tira dessa hipnose temporária
Ensina-me a fazer parte do seu jogo

Jogue todas as cartas que puder
Brinque com qualquer sentimento vil
Sua fuga se tornará a minha melhor fantasia
Mostre-me a sua face.

Xeque-mate!